terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um Pedacinho da História do Chapéu - Parte II




A primeira década do século XX foi um período de audaciosa experimentação. Novas musicas, novas danças, novo cenário social. A mudança do figurino feminino, com formas mais soltas, deixou o espartilho Eduardiano para trás e incorporou uma nova forma de ver a mulher. A "usabilidade" passou a ser uma preocupação.

Em 1905, proibiu-se o comércio de penas de pássaros silvestres, o que obrigou as Milliners a utilizar penas sintéticas para ornar os chapéus. Por conta disso, o uso das penas foi substituído por outros adornos, principalmente entre as moças mais jovens, que agora reduziam o tamanho do chapéu adaptando os pequenos bowlers masculinos com acabamentos femininos, como o véu e a touca, normalmente usada com flores.

Os modelos inovadores de Paul Poiret, o estilista mais importante do inicio desse século, contribuíram para o estado de espirito da moda na época. O designer produziu, em 1913, uma coleção excêntrica com túnicas, calcas de odalisca e turbantes, que ficaram extremamente populares.

Por iniciativa de Poiret, o turbante, que fora popular nos primeiros anos do século XIX, voltou a ganhar seu lugar, mas de uma nova forma, vistosa e prática. De certa forma, o turbante, de cores vibrantes e exóticas, fazia referencia direta as mulheres languidas e extravagantes do oriente. Ele era o acessório diurno ideal. Simples e pratico, veio substituir as toneladas de plumas e pedras que dificultavam a vida das mulheres ativas desse novo momento que o mundo vivia.


Simone de Beauvoir, retratada no filme "Les Amant du Flore", usando seu turbante obrigatório.


Há quem chame de "tesourada do século" a do cabeleireiro parisiense Antoine, em 1917. De fato, no plano simbólico, foi mesmo uma verdadeira revolução de costumes. As mulheres ganham as ruas, bebem e fumam em público, e passam a realizar trabalhos considerados masculinos. Elas estão em busca de uma vida mais livre e de participação politica. Além disso a guerra provocou a escassez de produtos de higiene e do tempo dedicado aos penteados elaborados. Saem os coques altos, fofos, sob chapéus mirabolantes e entra o estilo Chanel - cabelos curtos, o pequeno canotier e roupas confortáveis, de corte masculino.

Os novos cabelos também proporcionaram o uso de outros tipos de acessórios de cabelo, os penteados femininos se simplificaram, e, por consequência, também os chapéus, que ficaram mais encaixados na cabeça e perderam seus adornos exagerados. O chapéu era usado com ornamentos apenas em ocasiões especiais, como casamentos e velórios, uma vez que a vestimenta feminina deveria ser, em qualquer ocasião, funcional e discreta.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Blow by Blow



A inglesa Isabella Blow foi editora de revista, diretora e produtora de moda, stylist e, antes de qualquer coisa, um ícone da moda. Isabella é responsável por "descobrir" outros nomes famosos do mundo fashion, como as modelos Stella Tennant e Sophie Dahl, bem como o designer de moda Alexander McQueen.

Com uma vida privada muito tumultuada, Blow foi uma mulher misteriosa não somente para o público, mas também para ela mesma.

Blow foi musa do designer de chapéus mais importante da atualidade, Philip Treacy. Sempre marcando presença com seu estilo extravagante, Isabella nunca passou desapercebida. Sua marca registrada foi sempre o chapéu. Cada um mais flamboiante que outro, Isabella tomou o mundo da moda "Blow by Blow".

Ela se tornou uma das mais famosas trendsetters. Isabella Blow provou para toda uma geração que estilo é uma forma de fazer arte diariamente.


Isabella Blow, 1988 / Lady Gaga, 2010 - ambas usando chapéus  de Philip Treacy 


domingo, 11 de novembro de 2012

Um Pedacinho da História do Chapéu - Parte I


Os chapéus existem há muito, muito tempo. Inicialmente, eram usados como proteção das intempéries. Exclusivamente utilitários, os chapéus cobriam a cabeça dos trabalhadores do campo para amenizar os efeitos do sol, do frio e da chuva.

palavra “Milliner” foi usada pela primeira vez  por volta de 1530. Ela fazia referência aos adornos produzidos em Milão e eram exportados para a corte inglesa e francesa. A partir do século XVIII, o termo “Milliner” passou a ser utilizado para designar a mulher que fazia chapéus. A prática da Millinery foi amplamente disseminada, a partir de então, pela Europa. Assim, o chapéu começava a se transformar em peça obrigatória no vestuário feminino.

Chapéu da Era Eduardiana, retratado na série de televisão Downton Abbey


Durante os períodos Vitoriano (século XIX) e Eduardiano (século XX), os chapéus determinavam a que classe social pertenciam as suas usuárias. As mulheres da realeza e das classes mais altas usavam chapéus enormes, com grandes abas, cheios de flores, laços, cristais, penas, pedras e véus.