quarta-feira, 27 de março de 2013

Mr. John, o Grande Chapeleiro de Hollywood


Mr. John (John P. John, 1902-1993) talvez tenha sido o maior gênio da chapelaria cinematográfica, capaz de evocar traços de personalidade e temperamento, de proporcionar foco e drama, como também uma textura cinematográfica sedutora.

Provavelmente, o mais icônico de seus chapéus seja o usado por Lili, o papel de Marlene Dietrich, em "O Expresso de Xangai" (1932). Quando Marlene aparece pela primeira vez, ela está na estação ferroviária, e seu adorável cloche, revestido de plumas negras e com um severo véu, é quem rouba a cena.

Marlene Dietrich, como Lili, em "O Expresso de Xangai", de 1932


A forma dura e lustrosa do chapéu e o véu, como um visor, sugerem de imediato a independência, a indiferença e a enigmática personalidade da personagem de Dietrich. Mas não é só isso. Assim que o filme "entra" no trem, os significados do chapéu evoluem, revelando a tremula vulnerabilidade de Lili.

Mr. John continuou a criar  chapéus para Hollywood durante mais quatro décadas, mais notadamente para Vivien Leigh em "E o Vento Levou" (1939), gerando assim, uma afetuosa clientela para seu bem-sucedido negócio em Nova Iorque, estabelecido em 1948.

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